nasce um novo dia.
o velho sol mostra
de novo os raios.
aos poucos a sua luz
vai revelando
o que da noite resta.
numa outrora parede alva
nasceu um multicolor
e disforme grafite
que reclama
ingenuamente,
paz amor.
de cá para lá,
uma puta de mini-saia,
passeia a celulite.
o tempo ronda as seis
e ainda continua no engate,
a ver se esfola mais um pastor.
nos passeios
junto a montras ricas,
vêem-se vómitos/álcool
espalhados pelo chão.
aqui e mais além,
pequenos montículos
de merda de cão,
garrafas partidas,
latas calcadas,
pedaços de papel e cartão,
seringas,
restos de pratas e limão.
um sem abrigo
engana o sono num canto.
um ébrio de gatas,
em hálito/fel
lança um enorme
arroto de desencanto.
mais além,
cabisbaixo,
um tipo com cara
de foda mal dada,
regressa a casa
ao encontro da sua
querida mulher,
como se não fosse nada...
aos poucos,
a cidade nasce
para mais um dia
de vida apressada.
das estações.
das paragens.
das posturas.
surgem pessoas...
pessoas...
muitas pessoas!...
que passam sem dar conta
dos vestígios da madrugada.
eduardo roseira
VNGaia
11/Agosto/2001
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